Traduzir o Crédito Habitação

22.12.2025
CEO Maxfinance Portugal, em fundo azul com logotipo e nome por baixo do logotipo

Uma das decisões financeiras com maior impacto na vida dos jovens e das famílias é, provavelmente, a compra de casa com recurso ao crédito habitação. Mas sabemos que é também um dos temas onde existem mais dúvidas e dificuldades em se perceber exatamente com o que se está a lidar. A linguagem usada é demasiado técnica e, muitas vezes, é difícil responder às questões (aparentemente) mais simples: quanto vou pagar hoje e será que vou conseguir continuar a pagar amanhã? 

Termos técnicos como TAEG, LTV, MTIC e Spread, surgem a toda a hora nos anúncios publicitários, folhetos informativos dos bancos e nos textos de educação financeira. Mas quantas pessoas sabem exatamente o que significam? Infelizmente muito poucas. 

São siglas que surgem em propostas, simulações e documentos legais, nem sempre com o devido enquadramento. E quando assim é, dificilmente o cliente toma uma decisão informada e ponderada. 

Eis uma explicação resumida de algumas das siglas mais usadas no jargão do crédito habitação…

A TAEG é muito mais do que uma taxa abstrata. É a taxa que reflete o custo global do crédito, incluindo juros, comissões e seguros obrigatórios. É um indicador essencial para comparar propostas, mas só é útil se o cliente souber o que está realmente incluído.

O LTV (Loan to Value) indica a percentagem do valor do imóvel que o banco está disposto a financiar. Traduzido para português simples: quanto terá de entrar com capitais próprios. Ignorar este rácio pode significar surpresas desagradáveis logo no início do processo.

Já o MTIC representa o custo total do crédito ao longo de toda a sua duração. É o número que mostra, em termos claros, quanto será pago ao banco do primeiro ao último dia. É talvez o conceito mais importante e, ironicamente, um dos menos valorizados.

E depois há o famoso spread, muitas vezes encarada como a única variável a negociar com o banco, quando é apenas uma parte da equação. 

Num mercado cada vez mais complexo e competitivo, é essencial compreender estes conceitos e saber como negociar um crédito habitação. E é aqui que o papel do intermediário de crédito ganha verdadeiro sentido: traduzir a linguagem bancária, identificar as implicações das diferentes propostas, ajudar a negociar as condições, garantir decisões informadas e assegurar que a compra da casa não falha por causa do crédito.

Francisco Ferreira Lima - CEO Maxfinance 
Artigo publicado pelo jornal Sol

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